Desafio da assistência social e da educação
* Sebastião Alvino Colomarte
Os desafios que se apresentam em 2023 são muitos. Novo governo, novas ações e, porque não dizer, um novo mundo com as tecnologias avançando cada vez mais. Nesse sentido, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG), que há 43 anos acompanha as tendências do mundo moderno, tem ciência de que a desigualdade social ainda permeia por todo este país. Por isso, valorizamos nosso trabalho de ação social que atende jovens com oportunidades de estágio e de aprendizagem, e presta atendimento aos adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social.
Nossa missão precípua é o encaminhamento de jovens para o mercado de trabalho. Para isto, temos o Programa de Estágios, direcionado para estudantes a partir dos 16 anos, além do o programa Aprendiz Legal, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que atende jovens entre 14 e 24 anos. Essas são as contribuições que o CIEE/MG oferece, sem custos, para a sociedade mineira.
Considero que o programa do governo federal, denominado Bolsa Família, é uma excelente ação social na sua essência, mas peca por não estabelecer critérios de retorno. Se faz necessário estabelecer normas para o beneficiário permanecer no programa, caso contrário, corre-se o risco de uma determinada família continuar recebendo o benefício a vida toda.
Para corroborar com minhas explanações, sempre gosto de recorrer a um provérbio, atribuído aos chineses, de cerca de 500 AC: “Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar e ele se alimentará pelo resto da vida”. É bom ressaltar que assistência social não é caridade. Isso porque quem precisa de peixe, de caridade são aqueles que já se encontram sem possibilidade nenhuma de lutar pela sua sobrevivência, estão no fundo do poço. Para esses, o auxílio é fundamental. Por isso, a assistência social só deve contemplar aqueles que estão momentaneamente em dificuldade.
É preciso ensinar a pescar! Este é um desafio que possui ligação com a assistência social e a educação. Para equilibrar a curva de desigualdade social deste país, considero serem primordiais investimentos maciços na área de educação, com ênfase no acesso às escolas públicas para todos e, além de tudo, bem aparelhadas, com infraestrutura adequada. Em se tratando de investimentos em educação, a valorização dos professores é essencial, precisamos de profissionais qualificados e bem remunerados. Investir em boas escolas públicas que dêem condições para que os jovens possam se desenvolver potencial como profissionais e cidadãos e, assim, possa concorrer em igualdade de condições com alunos egressos de estabelecimentos de ensino privado é fundamental.
O CIEE/MG é uma instituição que desde sua fundação, em 8 de dezembro de 1979, tem suas ações voltadas para a educação e assistência social. Neste sentido, a instituição tem cumprido a missão para qual foi criada: ensinamos e oferecemos ferramentas necessárias para que os jovens possam pescar. São milhares de estudantes e adolescentes que já foram beneficiados com nossa ação social e, muitas vezes, com o primeiro emprego.
Ex-estagiários e aprendizes que passaram por programas do CIEE/MG podem atestar a importância desta instituição. O sucesso de nosso trabalho é compartilhado com os representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que, ao longo dos últimos 43 anos, vêm nos apoiando.
Nossa gratidão também às escolas e às empresas, nossas parceiras que apoiam as nossas atividades. Por isso, estamos mais que preparados para enfrentar os novos desafios de 2023. Neste trabalho também contamos com o apoio de todos os membros fundadores, titulares, beneméritos, diretores, colaboradores e, principalmente, de toda a sociedade mineira que abraçou nossa causa em prol da qualificação profissional de nossos jovens
* Diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) e especialista em educação técnica
Conteúdo publicado em 03.02.2023 no Jornal O TEMPO