Em comemoração à Semana da Aprendizagem e ao Dia do Estagiário, comemorado no dia 18 último, o Centro de Integração Empresa-
-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) promoveu live, mediada pelo relações-públicas Fernando Beiral, para debater “Os desafios da inserção de jovens no mercado de trabalho”.
Para isso, convidou a professora Michelle Campos, com graduação em Administração, especializações em Gestão de pessoas e Psicologia e coaching, mestra em Administração e com experiência em ensino, treinamento e desenvolvimento, RH e Carreira. Ela a atua como coaching na gestão de carreira e também como docente em Contagem, nos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Nova Faculdade.
A outra convidada que participou da live foi estagiária pelo CIEE/MG. Juliana Gaudêncio é psicopedagoga clínica e institucional com ênfase em neuroaprendizagem e pedagoga com ênfase em educação inclusiva, com MBA em gestão escolar. Atualmente é coordenadora de Educação Inclusiva do Senac Minas.
De acordo com Michelle, a pandemia atingiu as empresas, as escolas e o mercado de trabalho com muita força. “O mundo passa por crises cíclicas, então fenômenos como este que estamos vivenciando agora causam impactos em toda a humanidade. Passamos hoje o que podemos denominar de Vuca (Volatility,
Uncertainty, Complexity e Ambiguity - em português: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade). Esse termo surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, foi empregado pelo U.S Army War College, na década de 90, para explicar o mundo no cenário Pós-guerra Fria, e vem sendo utilizado desde então por empresas”.
Fernando Beiral, Michelle Campos e Juliana Gaudêncio em live do CIEE/MG | Crédito: FOTO: REPRODUÇÃO INSTAGRAM
Momento - A única certeza que temos é a de que tudo vai mudar, disse Michele Campos, acrescentando que devemos estar preparados para enfrentar essas crises. Assim como muitas empresas se sucumbiram aos efeitos da pandemia, outras foram criadas, por isso, a especialista entende de que temos que ter ciência de que eventos como este não podem paralisar as atividades humanas. “Na verdade temos que aproveitar o momento para focar em oportunidades. Muitas empresas migraram para o mercado digital para sobreviver ao mercado e o jovem precisa usar a tecnologia a seu favor, utilizando as redes sociais como trunfos. As espécies que sobrevivem não são necessariamente as mais fortes, mas sim as que se adaptam às novas situações”, observou Michelle Campos.
De acordo com a FGV Social, o período de pandemia está sendo marcado por perdas de ocupação para o conjunto dos jovens, ampliando sobremaneira a magnitude das mesmas observadas nos últimos seis anos. Só na pandemia o desemprego na faixa de 15 a 29 anos subiu de 49,37% para 56,34%. Conforme Michelle Campos, o contingente de jovens que nem estuda nem trabalha vem crescendo, mas existem alternativas para minimizar o problema. Ela entende que essa parcela da população não pode parar no tempo, já que está iniciando sua trajetória profissional. Para isso, é necessário manter currículo e cadastros atualizados e desenvolver novas competências através de cursos gratuitos à disposição na internet, já as melhores oportunidades devem surgir para os que estão aproveitando os benefícios do mundo digital.
Neste mundo repleto de novas possibilidades tecnológicas, novas formas de comunicação e alternativas de enxergar as relações sociais e corporativas estão sendo colocadas em prática.
De acordo com Michelle Campos, o jovem que deseja se apresentar para o mundo do trabalho deve aproveitar o potencial de redes sociais como o Linkedin para “se vender” profissionalmente. “A tecnologia vem crescendo com muita força por causa da pandemia, por isso considero que devemos utilizar as redes sociais a nosso favor para passar credibilidade as outras pessoas.
Os jovens devem ficar atentos sobre a importância da gestão do tempo, já que eles devem saber usar as redes com bom senso para melhorar seus currículos.
Boas experiências na escola contam para enriquecer o currículo como ter sido líder de turma, destaque acadêmico, realizado cursos extracurriculares e até bicos têm relevância para a construção de uma futura trajetória profissional”.
A especialista observou que o currículo tradicional já está chegando ao seu fim, e a tendência agora é a do currículo vivo. “Tenho constantemente de atualizar meu Linkedin. Independentemente de experiência profissional ou não, até o jovem do ensino médio tem que ter conta nessa rede social, já que muitas empresas utilizam essa rede para contratação”.
Oportunidade - Juliana Gaudêncio, que iniciou sua carreira profissional como estagiária pelo CIEE/MG quando cursava o 3º período de Letras, vê a atividade de estágio como a grande oportunidade de compartilhar os conhecimentos adquiridos em sala de aula com a vivência do dia a dia do mercado de trabalho. Ela, inclusive, foi influenciada pelos seus tutores para uma segunda graduação em Pedagogia. “Durante o meu período como estagiária, aprendi e cresci na área de educação e não pretendo sair dela. Considero que os programas de estágio e de aprendizagem são de fundamental importância para a inclusão social. Hoje trabalho com inclusão e por meio desses programas tenho absoluta certeza de que podemos proporcionar oportunidades aos jovens, uma vez que as empresas estão se abrindo, cada vez mais, para recebê-los devido ao seu potencial de crescimento”, enfatizou.
Juliana Gaudêncio entende que priorizar a questão da diversidade etária tem que estar no planejamento de qualquer empresa ou instituição. “Um engajamento maior com a diversidade é saudável, já que quando um estagiário ou jovem aprendiz é contratado, o empregador só tem a ganhar”.
Michelle Campos complementa que ao oferecer oportunidades para a inserção do jovem no mercado de trabalho, além do ganho social, a empresa está colocando em prática a sua responsabilidade social e seu papel como agente indutor do desenvolvimento da sociedade.