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Quase 70% de aprendizes permanecem nas empresas como empregados

Pesquisa aponta que 68% dos aprendizes se tornam empregados das contratantes

Após o término do contrato da aprendizagem, a maior parte dos jovens com idades entre 14 e 24 anos encontram a esperança de novas perspectivas profissionais. Os dados saõ ade uma pesquisa recentemente realizada com 208 mil jovens egressos do programa Aprendiz Legal, metodologia pedagógica desenvolvida pela Fundação Roberto Marinho (FRM) e utilizada por parceiros em todo o Brasil, dentre eles o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG).

A pesquisa acima referenciada faz parte de um estudo encomendado pela FRM e realizado pela consultoria H&P com os parceiros em todo o país. Os resultados revelam que a quantidade de jovens beneficiados com a aprendizagem ainda é modesto, pois o país possui cerca de 460 mil jovens e há potencial para muito mais. Este modelo de contratação está alicerçado pela Lei da Aprendizagem, vigente desde o ano 2000, contemplando o mínimo de 5% e o máximo de 15% de contratações de aprendizes em todas as empresas com mais de 7 funcionários. Assim, pode-se dizer que as empresas poderiam estender o volume de contratações de aprendizes para um patamar entre 900 mil e 3 milhões de beneficiados.

Para o superintendente executivo do CIEE/MG, Kleber de Castro Colomarte, a questão é urgente e as empresas mineiras devem apoiar o programa com uma ferramenta que combate diretamente o ócio e as más influências exercidas sobre adolescentes e jovens. "A aprendizagem permite que o jovem e o adolescente tenha uma resposta diferente para preencher lacunas que encontra nos ambientes de convivência familiar e social. Com acesso à eduação e o preparo para o mundo do trabalho, diminui as chances de ser corrompido por más influências e ser levado para o crime, por exemplo. Outras possibilidades profissionais surgem na medida em que ele desenvolve habilidades como comportamento e comunicação, postura e atitude para o trabalho".

"A aprendizagem permite que o jovem e o adolescente tenha uma resposta diferente para preencher lacunas que encontra nos ambientes de convivência familiar e social. Com acesso à eduação e o preparo para o mundo do trabalho, diminui as chances de ser corrompido por más influências e ser levado para o crime, por exemplo."

Kleber Colomarte, superintendente do CIEE/MG

Ao comentar sobre os benefícios do programa, Rosalina Soares, assessora de pesquisa e avaliação da FRM, destaca as potencialidades de crescimento. "Existe um potencial enorme de crescimentoe e é uma política pública vital. Se o nosso país alcançar a cota mínima prevista pela legislação, a quantidade de aprendizes dobraria, mas o poder transformador é muito maior". 

Outro dado relevante da pesquisa envolve as instituições de ensino e o mercado de trabalho. O levantento mostra que é preciso maior interação entre o conteúdo de formação que as escolas oferecem atualmente e o que as empresas necessitam para absorver os jovens que buscam oportunidades. A pesquisa aponta que 75% dos pesquisados informaram que as escolas preparam pouco para a vida profissional.

Aspectos comportamentais figuram como 72% das características pessoais que interessam a uma empresa no momento da contratação. Para Sileni Magalhães, pedagoga responsável pelo Aprendiz Legal do CIEE/MG, aspectos comportamentais e atitudinais são trabalhados constantemente tanto com os aprendizes nos encontros presenciais quanto com os potenciais candidatos às vagas. "No momento da seleção, os recrutadores tem a expectativa de que o candidato demonstre boa desenvoltura, compromisso e vontade de contribuir com os objetivos da contratante". 

Na aprendizagem, os contratos possuem regras específicas, tais como a duração máxima de dois anos e o compromisso do aprendiz de que receberá a formação teórica e prática ao longo do percurso metodológico do Aprendiz Legal. 

O secretário-geral da FRM, João Alegria, ressalta que o Aprendiz Legal oferece mecanismos muito importantes para os participantes. "As pesquisas que tratam de juventudes e da inserção produtiva no mercado de trabalho oferecem um panorama em que se destaca o desejo, a vontade do jovem de se qualificar e de participar ativamente da sociedade. Eles querem ser agentes e protagonistas de transformações econômicas e culturais".

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